Carioca vive em porão em Madri e ganha menos que no Brasil

O carioca C.S., 30 anos, deixou o Brasil e o emprego de professor de educação física para tentar a vida em Madri. Há oito meses na Espanha, ele ainda não conseguiu emprego fixo e é um exemplo das dificuldades que muitos brasileiros enfrentam quando tomam a decisão de morar fora.

Professor em academias do Rio de Janeiro, onde ganhava R$ 1,6 mil por mês, ele desembarcou na Espanha incentivado por um amigo brasileiro que chegou seis meses antes. Tinha a promessa de dividir apartamento, ter trabalho garantido e ainda desenvolver uma carreira internacional como lutador de vale-tudo.

A realidade surpreendeu o carioca. Longe do esperado, C.S. mora em um porão sem luz natural com mais dois brasileiros, treina vale-tudo com os amigos e trabalha nas noites de sexta e sábado como porteiro de uma discoteca. Pelo único trabalho que conseguiu, ganha o equivalente a apenas R$ 936 por mês, muito menos do que ganhava no Brasil.

"É muito difícil. Sem documentos, não dá para conseguir emprego nem pagar por um lugar bom para morar. Se não conseguir trabalho, vou ter que voltar. Não quero, mas estou ficando sem dinheiro. A gente vem para cá pensando em ganhar muito e rápido, mas só quem encara é que sabe que não é mole", desabafou.

C.S., que chegou a Madri em agosto do ano passado, já pensa em voltar para o Brasil.


Pesquisa

Segundo uma pesquisa recente, a maioria dos imigrantes brasileiros no país, 66,2%, está ilegal, mas consegue trabalhar em setores como a construção civil e o serviço doméstico. Dos que têm licença de trabalho, 66,8% são mulheres entre 30 e 40 anos.

"A adaptação não é fácil", disse o cientista social Daniel Wagman, que fez o levantamento para o Centro Europeu contra o Racismo e a Xenofobia.

O relatório revela que 81% dos imigrantes estrangeiros na Espanha não se sentem acolhidos pelo bairro onde moram, 72% têm problemas para alugar um imóvel e 65% dividem acomodação com compatriotas por falta de dinheiro ou outras circunstâncias.

Da BBC

Brasileiros no exterior querem eleger deputados


Cerca de três milhões de brasileiros que residem e trabalham no exterior, responsáveis pela remessa de mais de US$ 7 bilhões anuais (números de 2007) para a economia nacional, devem ter representação no Congresso Nacional. Esta é a posição do deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), membro da Mesa Diretora da Câmara, que apresentou esta semana, no plenário, a Proposta de Emenda à Constituição nº 436, acrescentando o parágrafo § 3º ao art. 45, para conceder aos brasileiros residentes no exterior o direito de eleger seus representantes.
A maior parte do dinheiro por eles injetados no País provém dos Estados Unidos. De acordo com o "Financial Times", esses recursos representam decréscimo, prenúncio da crise globalizada, mais grave nos EUA, em relação a 2006, quando os brasileiros enviaram US$ 7,4 bilhões. Apenas o México, face à proximidade e ao número de imigrantes, envia mais.
A PEC, que recebeu o apoio de 171 parlamentares, inspirou-se também no estudo do jornalista e ex-assessor parlamentar da Câmara, Samuel Sales Saraiva, e do ativista comunitário Dario Santos, ambos moradores em Washington, DC (EUA) e portadores de dupla cidadania.
Na sua justificativa, o deputado Manoel Júnior disse que a representação "é da essência da Democracia". "O foro onde se decidem questões de interesse de todos e que a todos afetam deve ter representantes das comunidades envolvidas", defendeu.

Portugal, Itália e EUA permitem
Não há pioneirismo na medida. Portugal, Itália e os próprios EUA já permitem que seus respectivos cidadãos espalhados mundo afora votem também para eleger seus representantes no Legislativo.
Desde 2001, os italianos residentes fora do País têm direito de eleger 12 deputados e seis senadores. Os representantes são divididos em quatro circunscrições – Europa, Rússia e Turquia; América do Sul; América do Norte e Central; África, Ásia, Oceania e Antártica.
Pelo sistema português, os emigrantes podem votar em dois blocos eleitorais (Europa e outros continentes), para escolher quatro deputados, que legislam e editam projetos de lei no Parlamento. No caso francês, quem mora no exterior elege um conselho, que, por votação indireta, indica alguns senadores.
Estados brasileiros com população bem inferior possuem representação mínima de oito deputados. "Por que negar representantes a essa gente que vota para eleger o presidente da República, mas é impedida de eleger seu deputado, um que seja?", ele questiona.
A PEC 436 defende pelo sistema proporcional a instituição de circunscrições eleitorais extraordinárias para eleição, por brasileiros residentes no exterior, de representantes à Câmara dos Deputados. Outra PEC, a 05/2005, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), não prevê um número exato de parlamentares. Quando a apresentou no Senado, ele sugeriu a criação de quatro postos na Câmara – para representar os residentes nos EUA, na Europa, no Japão e na África e América Latina. "Essas modificações não custariam mais do que 0,12% de todo o orçamento do Congresso", justificou.
Tributação com representação
O parlamentar lembrou que movimento inercial de Independência das Colônias Americanas "cavalgou o princípio expresso na frase criada pelo Reverendo Jonathan Mayhew em 1750 de que não pode haver tributação sem representação". Segundo explicou, os colonos queriam representantes no Parlamento inglês. A frase foi modificada e usada politicamente por Jonas Otis em 1765: "Tributação sem representação é tirania".
Parlamentares para estrangeiros não seria concessão ou privilégio. "O custo dos novos representantes seriam ínfimos, considerando-se o montante de capital que eles injetam na economia brasileira. Quem contribui merece ter quem o represente diretamente, não apenas a voz difusa do interesse geral, vez que os migrantes têm interesses especiais e específicos", opinou Saraiva, que mora nos Estados Unidos há quase 20 anos.
Em 2008, o jornalista Rui Martins, que vive fora do país há quase 40 anos – os últimos 29 na Suíça – , disse a idéia de reservar vagas no Congresso para os brasileiros residentes no exterior alia-se à importância crescente dessa comunidade. "Não queremos mais uma política assistencialista para o emigrante, mas assumir a nossa história, criar uma identidade que não seja desvinculada do Brasil", disse.
Martins lidera o movimento Brasileirinhos Apátridas (em favor dos brasileiros nascidos no exterior). Ele defende que a PEC 05/2005, do senador Cristovam Buarque deve ser discutida com o chamado "Estado do Emigrante", que incluiria um representante direto no Poder Executivo, separado do MRE. "É preciso diferenciar o que é de interesse do emigrante e o que é interesse das relações exteriores do país", explicou.
Mais informações: Agência Amazônia

Alemanha barra brasileiros que estudam na Europa

Coincidência ou não, enquanto o Espaço Schengen - que estabelece uma zona sem controle fronteiriço dentro da União Européia (UE) - é ampliado, brasileiros inscritos em universidades de países membros do tratado têm sido barrados nas fronteiras alemãs. Mesmo com visto de estudo e documentação em dia, eles passam por situações embaraçosas nas entradas do país. Nos aeroportos, são retidos e obrigados a comprar passagem para o próximo vôo de retorno à cidade onde estudam.

A Embaixada do Brasil em Berlim tem registrado esses casos há alguns meses. São universitários matriculados em universidades européias por um período de seis meses a um ano e, na maioria, têm no passaporte o chamado visto do tipo D, de Schengen, um visto nacional de longa permanência que, na interpretação das autoridades alemãs garante aos brasileiros a permanência no país emissor do visto, mas impede o trânsito deles na região.

"Tomamos conhecimento dos primeiros casos em agosto deste ano por meio da Embaixada do Brasil em Praga", lembra a chefe do setor consular da embaixada brasileira em Berlim, Fernanda Lamego. "Eram nove estudantes brasileiros que foram alertados na fronteira alemã ao entrarem na República Tcheca de que não poderiam voltar ao país com aquele visto", conta Fernanda. "Mesmo os brasileiros sendo isentos de visto para turismo na Alemanha, alguns estudantes decidiram pagar 60, cada um, para receber um visto de trânsito da Embaixada da Alemanha em Praga", diz. Alguns universitários preferem seguir viagem para outras capitais sem retornar à Alemanha, depois que passam a fronteira alemã, onde preenchem formulário afirmando ter cometido infração ao circular ilegalmente no Espaço Schengen.

Poucas semanas após as primeiras informações dos estudantes em Praga, a embaixada começou a receber ligações de universitários brasileiros retidos em aeroportos berlinenses e que foram obrigados a comprar passagem no próximo vôo de volta ao país onde residem. "Até agora tivemos notícias de casos envolvendo brasileiros morando na Espanha, Portugal e Itália", diz Fernanda. Ela tem agendada uma reunião no próximo mês com representantes dos ministérios do Exterior e do Interior da Alemanha, quando tentará solução para o caso.

Brasileiros fazem sucesso com documentário exibido no México.

O cinema brasileiro viveu onze dias de prestígio na Cidade do México durante a quarta edição do DOCSDF, festival internacional de documentários do distrito federal mexicano. Como o Brasil era o país convidado do evento este ano, a participação foi ampla. Além das oito sessões do Ciclo Brasil, uma mostra retrospectiva não competitiva que contou com um curta e um longa por programa, estavam em competição três longas, dois curtas e um média-metragem.
Ao final do evento mais um filme brasileiro ganhou espaço na grade de exibição, As Cartas da Praça de Santo Domingo, de Tatiana Carvalho e Fernando Resende. Os dois fizeram parte do Reto, ou em português, um desafio proposto pelo festival em que cinco equipes tinham 100 horas para concluir um curta de 10 minutos. O filme foi o único premiado entre os nossos, recebeu uma menção especial do júri, pela sensibilidade e delicadeza ao tratar um tema tão importante para o centro histórico da Cidade do México. O documentário trata de escritores de cartas em uma praça que mantém esta tradição desde o século XIX.
O Brasil esteve representado durante todo o evento, com apresentação presencial em boa parte das sessões da mostra retrospectiva, realizada pela servidora e curadora do Ciclo Brasil, Joana Nin. O gerente internacional da Secretaria do Audiovisual, Pedro Rosa, proferiu uma palestra no DOCSFORUM, assim como o coordenador do DOCTV, Max Eluard, que também fez parte do júri. Orlando Sena foi convidado especial, integrando mesas de debate. A maioria dos filmes brasileiros concorrentes contou com a presença dos realizadores, que participaram intensamente das atividades do festival.
O DOCSDF exibiu cerca de 150 filmes de vários países entre 15 e 24 de outubro, além da mostra dos vencedores, programada para o dia 25. Entre os destaques da programação, uma sessão em praça pública do histórico Que Viva México!, filme mudo de Sergei Eisenstein realizado na década de 1930. A exibição contou com música ao vivo, na participação da banda Nine Rain.

Estudantes são ``embaixadores´´do Brasil no exterior

Estudar no exterior é um sonho para muitos, que vêem nessa opção a possibilidade de valorização de sua formação, tanto pessoal como profissional. Mas a relação entre aqueles que alcançam esse objetivo e os países que os recebem não tem apenas uma via. Os visitantes sempre levam para seus locais de origem uma bagagem muito valiosa, mas deixam também suas experiências de vida, seus relacionamentos e atuam como divulgadores da cultura brasileira e das "coisas do Brasil".
Anualmente, mais de 40 mil jovens vão para fora do Brasil estudar: seja para fazer um curso de inglês; um intercâmbio entre universidades; high school (no Brasil, conhecido como ensino médio); ou para estagiar, entre outras atividades. Mas como será que esses estudantes apresentam a cultura brasileira no exterior?
Paulo Edson de Almeida Barreto, 21 anos, apresentador de TV, professor de inglês e estudante de Direito da UFT (Universidade Federal do Tocantins), fez high school em Izmir, na Turquia. O estudante conta que recebeu um kit de divulgação do Brasil da ONG AFS (American Field Service), responsável pelo intercâmbio, especialmente elaborado pela Embratur, contendo mapas, cartilha com informações gerais sobre nosso país e uma fita de vídeo com belas imagens. Paulo, que era professor de dança de salão no Brasil, conta como foi o início de sua estadia na Turquia. "Quando eu cheguei lá, encontrei uma escola de dança onde dei aulas durante alguns meses. Aulas de zouk, bolero, chachacha, salsa e samba, ritmos que os turcos desconheciam", explica."Levei CD´s, bandeira e blusinhas do Brasil e também um livro que falava várias coisas do nosso país", relata empolgada a administradora de empresas, Carla Carcagnoli Pitta, 23 anos, que estudou inglês em Santa Bárbara, Califórnia, nos Estados Unidos. "Os americanos não entendem muito como nosso país pode ser tão grande. No início, eles achavam que nós morávamos no meio da mata com os macacos. Isso é ridículo mas eles pensavam dessa forma", explica.
"Não sofri nenhum preconceito por ser brasileiro", é o que conta Thomaz Alexandre Napoleão, 21 anos, estudante de Jornalismo e Relações Internacionais da USP (Universidade de São Paulo), que por meio de um intercâmbio da universidade foi estudar Relações Internacionais na Universidade de Paris 8, na França. Thomaz lembra ainda que divulgou a cultura brasileira em conversas com os amigos sobre como é viver aqui. "Divulguei um pouco a música brasileira através dos CDs que levei e emprestei para amigos e também preparei muitas caipirinhas em festas", relata.

Morte de travesti brasileiro detona novo escândalo político-sexual na Itália

O travesti brasileiro apelidado de Brenda, 32 anos, testemunha do caso e amiga de Natalie, a travesti que frequentava o ex-político Pierro Marrazzo do Partido Democrático (PD), foi encontrado morto na manhã em um sótão no norte de Roma, a apenas 2 km do edifício da Via Gradoli onde Marrazzo foi gravado em vídeo por quatro policiais em julho passado.Os promotores que se encarregam da investigação acreditam que Brenda morreu asfixiado enquanto dormia por causa da fumaça causada por um incêndio intencional. Segundo algumas informações não confirmadas, a polícia teria encontrado restos de líquido inflamável.

Um amigo de Brenda, o travesti Barbara, contou às televisões que seu companheiro tinha as malas prontas para viajar e que horas antes de morrer tinha bebido uísque com ele no apartamento de 10 metros quadrados. "Ele tinha medo e queria voltar ao Brasil", declarou Barbara entre lágrimas. Pouco depois, disse a outros órgãos de imprensa que voltou a ver a vítima por volta das 4h30 da madrugada, "quando pedia algumas gotas para dormir" a um terceiro transexual.

O computador portátil de Brenda foi encontrado no banheiro, como se tivesse sido mergulhado na água, o que reforça a ideia de que o motivo do suposto homicídio seria obter o silêncio da vítima e também intimidar outras possíveis testemunhas. Os especialistas em informática da polícia tentarão recuperar os arquivos do computador, apesar de ninguém ter esclarecido por que o suposto atacante teria preferido molhá-lo em vez de levá-lo.

Os fatos sugerem que esse novo mistério italiano esconde mais enigmas do que parecia no início. A hipótese que os investigadores manipulam desde o princípio é que entre os clientes dos travestis haja políticos, personagens públicos e empresários, logicamente interessados em que sua identidade não seja revelada. Brenda, um moreno de seios fartos, tinha aparecido com certa frequência na mídia local.

Duas semanas depois Berlusconi telefonou para Marrazzo, disse-lhe que não pretendia publicar as imagens e lhe deu o telefone da agência que o havia lançado no mercado. Nesse momento a justiça interveio e o caso explodiu. A imediata demissão do governador e sua entrada em um convento pareceram acalmar as coisas; agora a enigmática morte de Brenda volta a agitá-las.

El País (21/11/09) - Adaptada

Economia brasileira em ascenção

18/12/2007 - 14h56
Brasil sobe uma posição e ocupa 6º lugar na economia mundial, diz Bird
Publicidade

da Folha Online

O Brasil ganhou uma posição e agora ocupa o sexto lugar na economia mundial, segundo ranking do Banco Mundial, que divulgou nesta terça-feira os dados do PCI (Programa de Comparação Internacional), que analisa as economias de 146 países.

De acordo com o Banco Mundial, levando-se em conta a paridade do poder de compra, o Brasil responde por metade da economia da América do Sul. Com o equivalente a cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial nesta medição, o Brasil divide o sexto lugar ao lado do Reino Unido, França, Rússia e Itália.

Segundo explicação do Banco Mundial, o Brasil subiu de lugar por conta de uma nova metodologia de avaliação. A Paridade do Poder de Compra (PPP, na sigla em inglês), que expressa por meio dos valores das moedas locais indica o que é possível comprar, tomou o lugar da chamada medida cambial, que tradicionalmente converte o PIB do país em dólares.

Na medida convencional (cambial), o Brasil seria a sétima economia, ao lado da Índia, Rússia e México, que como o Brasil, também respondem por 2% do PIB mundial cada.

"Os números passaram a refletir o valor real de cada economia, com as diferenças corrigidas em níveis de preços, sem a influência de movimentos transitórios de taxas cambiais", explica o Banco Mundial.

Apesar de o Banco Mundial colocar o Brasil em sexto, empatado com Reino Unido, França, Rússia e Itália, ao se verificar os números absolutos de participação no PIB mundial, sem arredondamento para 3%, o Brasil continuaria apenas em décimo.

De acordo com o relatório (confira a íntegra aqui, em PDF), enquanto o Brasil respondeu por 2,88% das riquezas produzidas no mundo em 2005 (ou US$ 1,585 trilhão), o Reino Unido respondeu por 3,46% (US$ 1,901 trilhão); a França, 3,39% (US$ 1,862 trilhão); a Rússia, 3,09% (US$ 1,697 trilhão); e a Itália, 2,96% (US$ 1,626 trilhão).
Confira o ranking do Banco Mundial segundo a capacidade de compra

1. Estados Unidos
2. China
3. Japão
4. Alemanha
5. Índia
6. Brasil, Reino Unido, França, Rússia e Itália
7. Espanha e México

Para mais informções: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u355967.shtml

Número de brasileiros na China dobrou em 2005 (por Silvia Salek)

O número de brasileiros registrados nas três representações do Brasil na China praticamente dobrou em 2005, passando de 779 para 1.522 de janeiro a dezembro.
O aumento – que serve apenas de termômetro do verdadeiro total, já que muitos não se registram – mostra que o mercado de trabalho chinês tem atraído cada vez mais brasileiros, transformando o país em uma nova fronteira para profissionais em busca de emprego no exterior.
São pilotos de avião, engenheiros, arquitetos, modelos, cozinheiros, profissionais da área de turismo, além de uma série de outros que fazem parte de um grupo de cerca de 230 mil estrangeiros que vivem na China atualmente.
No consulado de Xangai, que atende à região de maior atividade econômica do país, o aumento foi ainda maior do que o verificado em toda a China.
O total de brasileiros registrados mais do que triplicou, passando de 300 brasileiros para 950 em apenas um ano.
"A maioria já chega com um emprego garantido. Há também estudantes de mandarim que encontram emprego ou estágio depois de terem concluído os estudos", explicou Fernanda de Castro Ferret, que trabalha no consulado.
Apesar de concentrados na região mais rica da China, há brasileiros por toda a parte.
O arquiteto carioca Léo Castello, de 26 anos, por exemplo, mora em Nanquim, capital da província de Jiansu, no leste do país.
Léo Castello na apresentação de um de seus projetos
Ele se mudou para lá em julho, quando conseguiu emprego como arquiteto em um escritório chinês depois de enviar seu portfólio para algumas empresas pela internet.
Dos 8 empregados no departamento de criação da empresa – especializada em projetos de paisagismo e urbanismo – cinco são estrangeiros, que trabalham acompanhados de uma tradutora em tempo integral.
"Eles contratam estrangeiros em busca de um olhar diferente, mais criativo", analisou o arquiteto que já havia trabalhado na Espanha.
Em busca desse olhar estrangeiro, as empresas pagam salários mais altos para os profissionais que vêm de fora.
"Ganho três vezes mais do que ganhava no Brasil e bem mais do que os meus colegas chineses. Há excesso de mão-de-obra chinesa, e isso achata os salários por aqui", contou o arquiteto.
Precisa-se de pilotos
Já no setor da aviação, a explicação para a busca por estrangeiros é diferente.
Enquanto o país desponta como um dos principais compradores de aviões do mundo, não há pilotos formados para comandar a crescente frota.
Nas contas do setor, a China vai precisar de cerca de 10 mil pilotos nos próximos 15 anos.
Parte desse total, terá que vir do exterior, e o Brasil – onde o fechamento da Vasp e da Transbrasil gerou um excedente de mão-de-obra – é um dos países na mira das companhias aéreas.
Bill Zheng é diretor da Huaxun Technology Company, empresa especializada no recrutamento e treinamento de pilotos para companhias chinesas.
"O piloto brasileiro se adapta bem à nossa cultura. A demanda por brasileiros só tende a crescer", disse.
A Shenzhen Airlines, para qual ele presta serviços, tem 22 brasileiros em seus quadros e está, no momento, com vagas abertas para estrangeiros. O salário mensal fica em torno de US$ 7,5 mil.
Calçados
O fenômeno da imigração brasileira para a China começou no início da década de 90 com a necessidade de mão-de-obra especializada para trabalhar no setor calçadista.
A indústria chinesa se transformava na maior força exportadora do mundo, enquanto a brasileira perdia espaço no mercado interno e internacional.
Sidney Vargas, 33 anos, viveu na China de 1996 a 1997, onde trabalhou como técnico em couro. Hoje, é dono de uma consultoria comercial que trabalha com vários países, inclusive a China.
"Os salários oferecidos na China para brasileiros nesse setor caíram um pouco, mas o país continua sendo uma saída interessante para muitos profissionais. Estimamos que cerca de cinco mil brasileiros trabalhem hoje no setor de couros e calçados na China", disse.
Essas e outras ofertas de emprego não surgem apenas em empresas chinesas. Em muitos casos, multinacionais ou mesmo empresas brasileiras buscam profissionais no Brasil.
Rafael de Castro Vicente, 26 anos, foi convidado para trabalhar na alemã Bosch, pouco antes de concluir a faculdade de Mecatrônica, uma área que integra mecânica, eletrônica e tecnologia da informação.
Rafael (quarto da direita para a esquerda) com colegas de trabalho
Ele vive há cinco meses em Wuxi, no leste do país, uma das regiões pioneiras no desenvolvimento industrial chinês.
"No começo foi difícil. Hoje, estou bem adaptado. Só não me acostumo à comida, que é sempre uma supresa, além de ser muito apimentada e gordurosa", disse Rafael.
Se morasse em Pequim, Rafael poderia conferir o cardápio premiado do restaurante Alameda, aberto por duas brasileiras: Gabriela Alves e Viviane Gonçalves.
Em funcionamento há menos de um ano, o restaurante já recebeu vários prêmios e foi considerado pela principal revista dedicada ao público estrangeiro como o melhor restaurante internacional da capital.
"Conseguimos isso tudo antes mesmo de completar um ano aqui. Nossos clientes são, principalmente, estrangeiros que vivem em Pequim, mas há também um número crescente de chineses que querem descobrir comidas diferentes", contou Gabriela Alves.
Essa busca pelo diferente na China abre espaço também para a beleza brasileira.
"A China é um mercado em ascenção, e o biotipo brasileiro agrada muito aos chineses", disse agente internacional da Elite, Bettina Meinkohn.
Um desses brasileiros é o modelo Ricardo Soares, de 22 anos, que está na China há dois meses.
"A gente adquire uma ótima experiência aqui, profissional e de vida", disse Ricardo que trancou a faculdade de Desenho Industrial em São Paulo para viver essa experiência na China.
"O chinês é muito profissional, sério com horários e correto com os pagamentos. São muito amáveis, mas, quando a hora do trabalho termina, cada um vai para o seu lado, não tem muita conversa", acrescentou.
(BBCBrasil.com)

Universidade Católica abre vestibular para brasileiros no exterior

Imigrantes poderão brasileiros realizar o sonho de estudar numa das melhores universidades privadas do Brasil, sem sair dos Estados Unidos.


Por meio de uma iniciativa inovadora da Universidade Católica de Brasília, os imigrantes brasileiros agora podem finalmente estudar numa das melhores universidades privadas do Brasil, sem sair dos Estados Unidos. Com o intuito de atender à crescente demanda educacional e profissional dos brasileiros no exterior, a Católica Virtual está ofertando cursos de graduação, pós-graduação e extensão. No total, são mais de 12 cursos de graduação e 20 cursos de pós-graduação em todas as áreas do saber. Todos os cursos são autorizados pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e são ofertados na modalidade Educação a Distância (EAD) pela Internet. Os candidatos interessados em disputar uma vaga nos cursos da Universidade Católica, deverão participar de um processo seletivo simplificado que inclui as provas de Matemática, Português e Redação. As inscrições para o Vestibular da Universidade Católica ficarão abertas até 27 de Janeiro de 2010. Haverá somente dois processos seletivos, que serão realizados respectivamente nos dias 29/30 de novembro de 2009 e 07/08 de Fevereiro de 2010.

A Universidade Católica de Brasília é uma das pioneiras em Educação Online no Brasil e foi eleita pelos internautas brasileiros recentemente com o prêmio Top of Mind 2008. Na modalidade Educação a Distância, o aluno estuda na conveniência do seu tempo e no conforto de sua casa pela internet, na qual tem aulas com professores altamente qualificados (especialistas, mestres e doutores) no ambiente virtual de aprendizagem, e possuem o suporte local do Pólo de Educação a Distância (PEAD) da UCB Virtual em Boston. Este Pólo de Educação a Distância é responsável pela realização dos vestibulares, encontros presenciais, exames semestrais, estágios e encontros de conclusão de curso. Este infra-estrutura é um importante pré-requisito para o reconhecimento do diploma do aluno no Brasil.

O próximo vestibular da Católica Virtual será realizado nos dias 28 e/ou 29 de novembro de 2009. Para aqueles que estão pensando em iniciar um curso superior em 2010 esta é melhor oportunidade de garantir desde já a sua vaga. Para se inscrever para o Vestibular Católica 2010, os interessados devem visitar o site www.catolicavirtual.br e preencherem a ficha de inscrição online disponível na página principal. A taxa de inscrição no valor de U$ 50.00 (cinquenta dólares) deverá ser paga somente no dia da prova. Informações mais detalhadas sobre o vestibular encontram-se disponíveis no edital que se encontra no site da Católica Virtual. Garanta já a sua vaga. Info.: E-mail: poloestadosunidos@ucb.br, tel.: (857) 272-4054 ou (774) 232-3483.


Via: http://www.brazilianvoice.com/

Braileira ensina português na China

A brasileira Társila Lemos Borges, de 28 anos, mora do outro lado do mundo há três anos, mas mantém contato diário com a cultura de seu país. Formada em Letras, a paulista criada em Cacoal (RO) ensina português a estudantes da Universidade de Pequim, na China.


Coordenadora de um núcleo de cultura brasileira na instituição, Társila conta que há 11 alunos na graduação em língua portuguesa e outros 20 no curso de português optativo. Os motivos para estudar a língua variam entre curiosidade pela América Latina, paixão por futebol e conhecimento de outra língua latina, como espanhol.

Os estudantes, com idades entre 19 e 23 anos, têm interesse em questões sociais do Brasil – por conta das últimas notícias sobre o Rio de Janeiro e de filmes como "Tropa de elite" e "Cidade de Deus" –, fazem perguntas sobre o Carnaval e querem ter aulas de capoeira.

"Fazemos atividades culturais como filmes, palestras sobre o Brasil e tivemos oficinas de capoeira nos dois primeiros anos. A música atraía muita gente, curiosos perguntando o que era aquela dança, de que país eram aquelas pessoas formando aquela roda e cantando aquelas músicas. Realmente, a cultura brasileira encheu os olhos e ouvidos dos chineses com a roda de capoeria", disse ao G1.

Fonte: G1

Brasileiros imigram para a China em busca de trabalho

Depois de receber imigrantes chineses por quase dois séculos, o Brasil está agora exportando mão-de-obra para a China.

Ao longo dos últimos cinco anos, mais de mil brasileiros imigraram para o Império do Meio em busca de melhores oportunidades de trabalho.

Em cidades como Guangzhou, Nanhai e Dongguan, no sul da China, há mais de 400 brasileiros trabalhando em fábricas de sapato, de cerâmica e em curtumes.

O gaúcho Renato Morbach, 52 anos, é um deles. Ele saiu de Novo Hamburgo, em 1995, atraído por uma oferta de trabalho na Mimosa Leathers, uma empresa da Malásia que fica na cidade de Guangzhou, antiga Cantão.

"Toque brasileiro"

O slogan da Mimosa Leathers é "Feito na China com um toque brasileiro".

É que, além de Renato, que é gerente geral do curtume, outros 17 brasileiros trabalham para a empresa, especializada no processamento de couros.

Renato já está na China há oito anos

O setor calçadista da China, o maior do mundo, também está importando cada vez mais mão-de-obra brasileira.

Em uma só empresa, que fica ao sul de Xangai e produz sapatos para o grupo americano Nine West, há cerca de cem brasileiros atualmente.

São os chineses se especializando em um nicho que vinha sendo explorado com sucesso pelos fabricantes brasileiros: o mercado de sapatos femininos.

Ouro ao bandido

"Anos atrás, o Brasil exportava sapatos de mais baixa qualidade, mas a China veio e roubou esse mercado", disse Raimo Fischer, que exporta solas de couro para a China.

"O Brasil resolveu, então, se dedicar à produção de sapatos femininos de um nível mais alto para fugir da concorrência chinesa. A surpresa agora é que eles estão rapidamente entrando nesse mercado", completou.

"De certa forma, ao levar a técnica brasileira para a China, os brasileiros estão entregando o ouro ao bandido, já que a China é a principal concorrente do Brasil, mas esse é o efeito da globalização no mercado de trabalho", concluiu Fischer.

Os salários desses brasileiros que vivem na China, conhecida pelo baixíssimo custo da mão-de-obra, são mais altos do que no Brasil.

"Quase todos os que estão aqui só vieram porque não tinham oportunidades no Brasil", disse Morbach.

O brasileiro Etevaldo Zíli foi um dos pioneiros dessa nova onda migratória. Ele foi para a China em 1991.

Zíli explicou que o crescimento do setor de couros e de calçados na China coincidiu com uma redução da atividade nesses ramos no Brasil na década de 90.

Quem merece o título de país do futuro? O Brasil ou a China? Dê sua opinião:

"Muitos técnicos ficaram sem emprego. Isso incentivou a imigração", disse Zíli, que voltou para o Brasil, mas continua visitando a China a trabalho.

Ele disse também que os cursos de formação de técnicos de curtume, principalmente no Sul do Brasil, são muito avançados, o que explica a procura pelos profissionais brasileiros.

Essa maior presença no mercado de trabalho está trazendo um pouco da cultura brasileira para a China.

"No sul da China, já se vê uma comunidade se formando, e novos restaurantes, por exemplo, começam a ser abertos", disse Morbach.

Fenômeno semelhante já é visto em outras cidades como Xangai que, além de churrascarias brasileiras, já tem escola de capoeira e de dança, onde se ensina o samba.

Brasileiro preso por tráfico internacional de drogas lança livro sobre sua história


Precoce, aos seis anos, ele começou a surfar. Aos 11, além de pegar onda, usava lança-perfume e maconha. Depois, passou para LSD, cocaína, ecstasy e, por fim, crack. Aos 30, foi preso em Lisboa por tráfico internacional de drogas.

Filho de classe média de São Paulo, surfista e ex-estudante de engenharia, Jaques Chulam, 35, foi preso em 2004 ao aterrissar no aeroporto da Portela de Sacavém com um paraglider "turbinado" com cocaína.
Passou quase dois anos e meio preso --lá a pena por tráfico é de quatro a 12 anos. Obteve a liberdade condicional por bom comportamento e, sendo brasileiro, foi extraditado. Após abandonar as drogas e o tráfico, escreveu um livro para contar a história de um jovem que tinha tudo para ser promissor e foi derrubado pelo vício.
Divulgação
Jaques Chulam, autor do livro "Surfista, ex-drogado, ex-traficante", no qual conta como foi seu caminho nas drogas e na prisão
Jaques Chulam, autor do livro "Surfista, ex-drogado, ex-traficante", no qual conta como foi seu caminho nas drogas e na prisão

"Surfista, ex-drogado, ex-traficante" (ed. Francisco Alves) foi lançado no último dia 20. Leia abaixo trechos da entrevista concedida por e-mail, enquanto Chulam estava na China para visitar uma feira de produtos esportivos.

FOLHA - No livro, você conta que começou a usar drogas ainda garoto. Qual foi o seu caminho por elas?
JAQUES CHULAM - Encontrei nas drogas uma fórmula mágica. Era algo que me dava uma falsa impressão de bem-estar, mas que me prejudicou muito. Comecei com cola, lança-perfume, cerveja e maconha quando tinha apenas 11 anos. Depois veio LSD, cocaína, ecstasy e finalmente crack.

FOLHA - Sendo de uma família de classe média, como fazia para sustentar o vício?
CHULAM - No começo, usava dinheiro da mesada e também ganhava muita droga da galera mais velha. Depois de alguns anos, comecei a traficar para sustentar meu próprio vício e financiar minhas loucuras.

FOLHA - Quando seus pais descobriram que você usava drogas? Como eles trataram do tema em casa?
CHULAM - Quando eu tinha 16 anos, meu pai me perguntou no café da manhã se eu usava drogas. Falei a verdade. Disse que fumava maconha desde os 11 anos e que todos os meus amigos fumavam. Meus pais ficaram em estado de choque, perdi a viagem para Bali [Indonésia] que meu pai ia me dar.

Depois desse dia não parei de usar drogas, mas passei a usar muito colírio, e a mentira passou a fazer parte do meu relacionamento com meus pais. Os familiares, infelizmente, sofrem juntos. E, quase sempre, sofrem muito mais, porque os filhos viciados estão anestesiados pelo uso de drogas.

FOLHA - Qual foi a reação deles?
CHULAM - Tentaram me ajudar, mas, se o usuário não quiser ajuda, dificilmente isso irá funcionar. Meus pais não tiveram a mínima culpa. Sempre me deram de tudo do bom em termos de educação, carinho e diálogo.

FOLHA - Recentemente, um jovem da classe média do Rio matou a namorada quando estava no pico do crack. Você era agressivo quando estava drogado?
CHULAM - Nunca fui agressivo, mas sob efeito de drogas tudo é possível. Principalmente com o crack, cujo efeito cria uma compulsão sem limites.

FOLHA - O que leva um jovem de classe média a entrar para o tráfico?
CHULAM - O jovem de classe média não precisa trabalhar, ganha mesada, fala inglês, tem passaporte, é de boa aparência e acaba cercado por jovens nas mesmas condições.

Por esses motivos, acaba entrando em uma grande enrascada, vira noites em boates, vira dias em festas raves e tem um certo senso de que em tudo se pode dar um jeito. Acaba conhecendo as drogas, pessoas que as usam, pessoas que as vendem e acredita que aí está uma oportunidade de ganhar dinheiro, status e fama.

FOLHA - Como foi a história de plantar maconha no Havaí?
CHULAM - No Havaí, um grama de pakalolo [em polinésio paka=mato e lolo=louco] custa US$ 25, e lá ia eu com um amigo havaiano veterano da Guerra do Vietnã plantar para fumar, fazer um dinheirinho e surfar.
FOLHA - Você acredita que os jovens de classe média não enxergam o perigo de traficar ou não acreditam que possam ser presos por repassar drogas a colegas?
CHULAM - Primeiramente, é lógico que eles não enxergam, estão todos entorpecidos, dominados pelo vício, e o ego está superinflado. Em segundo lugar, temos a cultura no Brasil de que para tudo se dá um "jeitinho", mas com drogas é diferente. A polícia está fazendo o seu trabalho, tanto que o número de jovens de classe média presos na Fundação Casa (antiga Febem) já subiu 30%.

FOLHA - Você conta no livro que foi preso em Lisboa em 2004 ao levar cocaína em um paraglider. Você nessa época integrava alguma rede de tráfico internacional ou fazia isso de forma independente?
CHULAM - Fiz essa insanidade sozinho. Queria lucrar sozinho.

FOLHA - Qual foi a sua reação ao ser preso? O que pensou na hora?
CHULAM - Minha alma doía. A visão daquela que seria minha casa pelos próximos anos me embrulhou o estômago, só não vomitei porque não tinha nada para vomitar. Senti muito medo. Nos três primeiros dias dormi direto, na esperança de acordar de novo no avião.

FOLHA - Na sua opinião, o jovem de classe média que consome drogas tem consciência de que colabora com a violência urbana?
CHULAM - Não tenho dúvidas disso, todos sabem que o dinheiro sujo das drogas financia o crime organizado.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u647410.shtml

 
©2009 Sotaque Brasil | by TNB