Alemanha barra brasileiros que estudam na Europa

Coincidência ou não, enquanto o Espaço Schengen - que estabelece uma zona sem controle fronteiriço dentro da União Européia (UE) - é ampliado, brasileiros inscritos em universidades de países membros do tratado têm sido barrados nas fronteiras alemãs. Mesmo com visto de estudo e documentação em dia, eles passam por situações embaraçosas nas entradas do país. Nos aeroportos, são retidos e obrigados a comprar passagem para o próximo vôo de retorno à cidade onde estudam.

A Embaixada do Brasil em Berlim tem registrado esses casos há alguns meses. São universitários matriculados em universidades européias por um período de seis meses a um ano e, na maioria, têm no passaporte o chamado visto do tipo D, de Schengen, um visto nacional de longa permanência que, na interpretação das autoridades alemãs garante aos brasileiros a permanência no país emissor do visto, mas impede o trânsito deles na região.

"Tomamos conhecimento dos primeiros casos em agosto deste ano por meio da Embaixada do Brasil em Praga", lembra a chefe do setor consular da embaixada brasileira em Berlim, Fernanda Lamego. "Eram nove estudantes brasileiros que foram alertados na fronteira alemã ao entrarem na República Tcheca de que não poderiam voltar ao país com aquele visto", conta Fernanda. "Mesmo os brasileiros sendo isentos de visto para turismo na Alemanha, alguns estudantes decidiram pagar 60, cada um, para receber um visto de trânsito da Embaixada da Alemanha em Praga", diz. Alguns universitários preferem seguir viagem para outras capitais sem retornar à Alemanha, depois que passam a fronteira alemã, onde preenchem formulário afirmando ter cometido infração ao circular ilegalmente no Espaço Schengen.

Poucas semanas após as primeiras informações dos estudantes em Praga, a embaixada começou a receber ligações de universitários brasileiros retidos em aeroportos berlinenses e que foram obrigados a comprar passagem no próximo vôo de volta ao país onde residem. "Até agora tivemos notícias de casos envolvendo brasileiros morando na Espanha, Portugal e Itália", diz Fernanda. Ela tem agendada uma reunião no próximo mês com representantes dos ministérios do Exterior e do Interior da Alemanha, quando tentará solução para o caso.

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