Turquia e Armênia assinam acordo diplomático e um dia após já veem impasse.

Neste sábado, os dois países assinaram acordos para estabilização diplomática e abertura de fronteiras, depois de um século de hostilidades causadas pelo assassinato em massa de armênios por forças otomanas (turcas) na Primeira Guerra Mundial.
Os documentos foram assinados pelos ministros de Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, e o armênio, Edward Nalbandian. O acordo foi mediado pelo governo suíço em Zurique, num encontro do qual participou a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Hillary ajudou a resolver problemas de última hora sobre os documentos entregues na cerimônia.
As relações entre Turquia e Armênia são marcadas por matanças e deportações de armênios entre 1915 e 1917, que, segundo os armênios, deixaram mais de 1,5 milhão de mortos. A Turquia, no entanto, nega que tenha havido genocídio, e fala entre 300 mil e 500 mil vítimas.
Após a assinatura, no sábado, dos históricos acordos entre Turquia e Armênia, as primeiras dificuldades começaram a aparecer neste domingo no caminho da normalização das relações entre os dois países.
Antes que os parlamentos dos dois países ratifiquem os acordos, como previsto, dois obstáculos surgem no horizonte: primeiro, o dilema do Alto Karabakh, que deixou a Turquia em uma situação difícil perante seu aliado Azerbaidjão; segundo, a questão do genocídio armênio.
Menos de 24 horas depois da cerimônia, na qual os acordos foram assinados pelos ministros das Relações Exteriores dos dois países, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, condicionou a abertura da fronteira turco-armênia (ação prevista nos termos) a um avanço na disputa do Alto Karabakh, enclave armênio em território do grupo étnico azeri.
"Queremos que todas as fronteiras sejam abertas ao mesmo tempo [...]. Mas, enquanto a Armênia não tiver se retirado dos territórios do Azerbaidjão que ocupa, a Turquia não pode ter uma atitude positiva a este respeito", afirmou Erdogan, durante uma reunião em Ancara com dirigentes de seu partido.
O premiê, no entanto, garantiu que apresentará os acordos ao parlamento para ratificação.

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