Quadrilha aliciou 200 mulheres para prostituição no exterior

SÃO PAULO - A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira uma operação para combater o tráfico internacional de mulheres. As vítimas eram enviadas para prostituição em cassinos de Las Vegas, resorts na República Dominicana e na França. Pelo menos 12 pessoas foram presas, entre elas três americanos. As prisões foram feitas em São Paulo, Rio e Paraná, além de República Dominicana e Estados Unidos. De acordo com o superintendente da PF em São Paulo, delegado Leandro Coimbra, cada vítima chegava a movimentar US$ 40 mil por mês. No total, o bando movimentava US$ 8 milhões por mês. Não foi informado quanto elas recebiam. Dez contas bancárias foram bloqueadas.

- A quadrilha tinha base em São Paulo, mas atuava em outros estados e no exterior - disse o delegado

A operação foi batizada de Harém. A investigação começou há seis meses e contou com a colaboração da Agência de Imigração Americana (ICE), da Defense Security, Interpol, policiais da República Domicana e dos Estados Unidos. Foram expedidos 15 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão. Os presos responderão pelos crimes de favorecimento à prostituição, rufianismo (quando a pessoa se aproveita da prostituição alheia para ganhar dinheiro), tráfico internacional de pessoas para a prostituição, além de formação de quadrilha ou bando. A PF acredita que as mulheres começaram a ser mandadas ao exterior a pelo menos um ano.

A PF descobriu que as mulheres foram aliciadas nos estados do Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O bando se baseava em São Paulo.

" Eles faziam promessas de bons ganhos financeiros. Mas não havia um padrão definido para o aliciamento e nem para o perfil delas. Algumas já eram garotas de programa, por exemplo "

- Eles faziam promessas de bons ganhos financeiros. Mas não havia um padrão definido para o aliciamento e nem para o perfil delas. Algumas já eram garotas de programa, por exemplo. Mas era sempre com a finalidade de prostituição de alto luxo - disse o delegado.

As investigações foram iniciadas a partir de uma outra operação da PF no Espírito Santo. No dia 15 de julho, a Polícia Federal prendeu pelo menos oito pessoas por tráfico internacional de humanos. A quadrilha atuava no Espírito Santo, mas tinha também ramificações no Rio e na Itália. O grupo enviava mulheres e travestis brasileiras para trabalhar como prostitutas no país europeu. Foram presas quatro pessoas no Espírito Santo, duas na Itália e duas no Rio de Janeiro. Alguns integrantes da quadrilha já tinham sido presos pelo mesmo crime em 2006 e estavam em liberdade condicional.

Segundo o chefe da delegacia de Defesa Institucional da PF, Leonardo Rabello, pelo menos 12 pessoas foram enviadas para a Itália desde o início do ano, quando começaram as investigações. Rabello disse que todos sabiam do trabalho que fariam na Europa, mas eram agenciados com a promessa de uma vida melhor no exterior. As pessoas eram obrigadas a pagar 12 mil euros ao grupo e ficavam em apartamentos nas cidades de Florença e Livorno, onde também aconteciam os programas.

A pena para o crime é de 2 a 8 anos de reclusão. Para o rufianismo, a pena prevista é de até 4 anos de detenção. Os mandados de prisão emitidos na ocasião foram concedidos pela 1ª Vara Federal Criminal de Vitória.


Fonte: O Globo

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